Houve uma editora francesa que lançou um projecto inédito,cuja máquina oferece "pequenas histórias" para passar o tempo.
Trata-se de uma máquina onde em vez de ser de venda automática de comida e bebida,é de produto literário como forma de incentivo ao consumo de cultura,tal como se refere o artigo.Além disso vai estar 24h disponível,é gratuita e basta decidir o tempo para ler.
Esta ideia é bastante controversa e inútil ainda por cima vinda de uma editora,pois era suposto saber dos danos causados à natureza,investindo num projecto onde se vai desperdiçar toneladas de papel e tinteiros à toa!!!
Se o objectivo é consumir cultura,eles deviam arranjar uma maneira de estimular as pessoas a irem à biblioteca e não em algo onde se vai abusar das impressões na brincadeira e depois descartar a leitura.
O pronto-a-ler vai aumentar a desmotivação por uma razão:chega-se lá,carrega-se no botão e sai um conto,ou seja,o projecto não leva a pessoa a puxar pela cabeça e a procurar um livro.O excerto é aleatório e esta facilitação é uma atrocidade.
Essa editora bem podia por exemplo desafiar os leitores a editar uma série de novas obras de romance ou poesia,(categorias fortemente concorridas) e também porque faz falta renovar referências nas prateleiras consoante as décadas em que o autor vive.
Do outro lado,geralmente os leitores avidamente compulsivos não têm tendência para escrever,não alargam o vocabulário e nem tão pouco têm imaginação própria:simplesmente lêem por curiosidade da mensagem transmitida pelo livro ou pelos sinais que o exterior emite.São daquelas pessoas que correm atrás de qualquer publicação e colecção que por aí apareça.
Um livro nem sempre é sinónimo de cultura.Para o ser considerado,tem de trazer valores construtivos à vida do leitor e contribuir para o desenvolvimento no dia-a-dia,portanto ser um produto literário de qualidade,difícil de existir ou de ser reconhecido entre tantos livros onde se vende histórias pessoais e banalidades...lançar um livro não dá garantias de ser um escritor,pelo contrário,costuma servir para o autor ganhar protagonismo!
As editoras deviam ter consciência e desempenhar um papel activo com o público;não custava nada determinar critérios e analisar se alguém tem mesmo capacidade de singrar na carreira de escritor,o género literário devia ser um detalhe.
Voltando ao assunto,se a ideia da máquina for importada,vai ser um autêntico descalabro!
Os hábitos de leitura não deviam ser impingidos...cada um sabe se convém ler,aquilo que inspira ou se não se interessa por livros.
Concluindo:quando não há uma lição positiva a reter,trata-se apenas de um mero passatempo descartável.