domingo, 20 de julho de 2025

Bibliotecas,criatividade e inovação

Esta crónica vai-se incidir em bibliotecas,criatividade e inovação.
Tropeçou-se num artigo a propósito da literacia cujo ensaio é sobre a aquisição de  informação.
Explicando melhor,a tecnologia não é antagónica aos livros,pelo contrário,executa um papel transformador na revolução cultural e deviam mesmo ser mais versáteis com auditórios e salas de wi-fi separados...as bibliotecas não morreram,apenas deixaram de fazer investimento porque perderam influência em relação à inovação,passando a ser um local de encontro além de estudantes,de pessoas menos favorecidas,infoexcluídas e de escassos recursos para se cultivarem.
Sintetizando,retém-se uns pontos importantes no qual se refere que "80% dos portugueses afirma não ter visitado qualquer biblioteca" e "que não sabem exactamente para que servem",fazendo soar o alerta vermelho.Actualmente a oferta é maior:traçar estratégias para captar gente é fundamental,justamente nesta altura de grande analfabetismo a DGLAB tinha uma oportunidade única para se promover.
Ora dissertando,há que haver uma redefinição do conceito...são três domínios em harmonia.
As bibliotecas deviam ter autonomia para impulsionar cidadãos e proporcionar programas que estimulem o intelecto em vez de servirem de reservas de livros,deviam ser uma extensão da idealização e não funcionarem de castigos!!!Praticamente se tornaram redutoras e inexistentes,o que é gravíssimo...o formato ainda é válido e a isto chama-se precarização da criatividade.
A adaptabilidade dissolveu-se com as mensagens digitadas.
Uma biblioteca é um espaço comunitário do cidadão comum.Sem informação,a sociedade não se sustenta,contribuindo na sanidade:dantes eram sítios de curiosidade,a desmaterialização conduziu à alienação dos valores intelectuais,decaindo no senso de construção de pontes.Por este motivo surgiu toda a desorientação!!!
A irracionalidade anda acentuada porque na falta de bases,aprender é um caminho sombrio pois o indivíduo não está suficientemente contactado para saber algo,estar concentrado ou então vai à "boleia" dos pares próximos,seguindo modas do imediatismo daí o fenómeno chegar a um patamar difícil,pois ninguém se lembra que a criatividade protege de depressões.
Deve ser um sítio habitual gratuito e não utilitário onde se produz conhecimento empírico,dando um sentido de pertença a um grupo de ocupação dos tempos livres:é uma palavra ironicamente desaparecida do vocabulário recente em detrimento do culto do exercício físico a predominar as preferências de lazer.
O digital complementa o conhecimento linguístico exercido em bibliotecas,sendo uma excelente ferramenta da criatividade:estranho este tema não abrir discussão porque é emergente fomentar aprendizagem junto dos cidadãos,não ficando limitada à leitura,explorar e investigar devia fazer parte da rotina de desempregados por ser uma competência raíz!!!
As associações e fundações são parasitas do Estado basta haver uma entidade a representar esta área tão preponderante no progresso da civilização,contudo não existe nenhuma preocupação em estabelecer compromissos...chegou-se a um estado absolutamente humilhante:em pleno 2025 era suposto estar num nível de conhecimento tolerável e isto indica que é preciso pôr Portugal no mapa da cultura geral:há um abismo abominável e ninguém reparou!!!
Se houver um bom plano,nada vai à falência,o resto é para acumular burocracia sendo escusado haver tantas direcções a falarem de assuntos semelhantes e levando ao engano da definição em vez de vinculação:incrível como não há alguém a encorajar esta temática...incompreensível não estar na ordem do dia!
É urgente haver financiadores que sejam capazes de gerirem e de darem retorno por meio da formação de profissionais aptos a trabalharem em ambientes intelectuais...uma espécie de unidade ou centro de bibliotecas equipadas com salas de tecnologia digital e oficinas de criatividade/workshops disponibilizadas para as variadas actividades de âmbito mental.
Na perspectiva deles não compensa por não dar lucro por isso o índice de incompetência linguística é elevado:carreiras teóricas não são classificadas de empregos sérios porque não constam como saída a longo prazo nem em lista nenhuma.Por esta razão o nomadismo digital teve sucesso de trabalho à distância,embora seja líquido,corresponde com as exigências que se pede.
Em consequência,o efeito Dunning-Kruger já se regularizou entre as camadas que possuem escolaridade concluída e lastimavelmente está a ser incutida através destas novas carradas de empregos suaves que surgem,a afirmarem que indivíduos ignorantes podem estar convencidos de serem inteligentes em alguma habilidade enquanto que indivíduos bons em algum desempenho podem ter uma visão negativa na forma de se auto-avaliarem.Esta tendência errada de pensar e julgar tal como se constata,prejudicou a sociedade nas últimas décadas!!!Devia ser considerado atentado reproduzir este viés cognitivo,trata-se de um padrão de distorção que se instala discretamente na disseminação de informação massiva e cultura falsa disfarçada de conhecimento e não há volta a dar a esta crise:pelos vistos nem sequer há escrutínio em termos de psicologia porque também não se importam se o indivíduo tem discernimento ou não na confiança em realizar determinada tarefa que puxe pela lógica...este raciocínio avesso é perigoso e comprova o quanto nocivo é alinhar todos para os mesmos fins!
Voltando ao cerne,a percepção de uma biblioteca é convencional.São espaços de distracção e reunião,logo é inconcebível não ser acessível...a época em que só as universidades detinham controlo,acabou e se modernizaram em espaços puramente de marketing de percursos académicos,portanto comercializadas e as bibliotecas públicas deviam ter tanto poder e prestígio quanto os ginásios.
Uma biblioteca que converja áreas fragmentadas teria resolvido ou atenuado as disparidades que os cursos de engenharia não conseguem canalizar e o fruto é a desintegração.
Finalizando:as bibliotecas aliadas à criatividade e inovação potenciam inúmeras vantagens.

"O discurso é o rosto do espírito." Séneca

"A vida é uma simples sombra que passa (...);é uma história contada por um idiota,cheia de ruído e de furor e que nada significa." William Shakespeare
"O homem que não tem vida interior é escravo do que o cerca" Henri Amiel
"É bom escrever porque reúne as duas alegrias: falar sozinho e falar a uma multidão" Cesare Pavese .