quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Uma imagem vale mais do que mil palavras?

Saudações reluzentes seus morcegos!
Esta mensagem vai ser sobre um assunto incomum.
Após uma breve ponderação,constatou-se que raramente se aborda matéria relacionada com artes.Ora desenvolvendo,dantes dizia-se que uma imagem valia mais do que mil palavras mas quando é que esta afirmação caiu gradualmente?
Lamentavelmente nos dias que correm as imagens são algo bastante normalizadas e instantâneas onde se presta pouca atenção ao que se comunica,no entanto quando se trata de arte,as perspectivas mudam.

"Monumento para a nova geração" de Anna Uddenberg,Suécia
A figura representa um registo típico desta época:uma escultura toda contorcida a fotografar atrás o dito cujo com uma vara de smartphone...está mais virada para uma crítica comportamental do que para uma exaltação.
A posição feminina retrata mulheres que seguem carreiras de conteúdo adulto e que vêem esse caminho como uma ascensão fácil,apesar de ser degradante.
Do outro lado alerta seriamente para os perigos da exposição online da intimidade.
Socialmente costuma ser reprovável exibir uma figura esculpida imprópria por ser vulgar contudo é importante em vez de ser considerada loucura de escultores independentes:o dinheiro e o prestígio não devia mandar nos artistas!!!
Geralmente quanto menos simbólico e saído da algibeira for,mais visibilidade tem e quanto mais criativo e elaborado,menos reconhecimento se dá.Há uma falta de percepção de criatividade artística incrível...é por isso que a valorização patrimonial é fraca.
O monumento apela à reflexão da sociedade contemporânea de forma polémica e original que remete para a descoberta do erotismo bacoco,grosseiro,hilariante e nomeadamente virtual.A obra de arte icónica dificilmente passa despercebida e pode perdurar ao longo das décadas.
Esta pergunta ainda faz sentido?Neste caso,esculpir continua a ser um veículo da estética,das idealizações,hábitos ou preferências pessoais:mesmo que seja obscena,é preciso moldar para "abrir os olhos" a temas escondidos,só assim as gerações vindouras podem identificar símbolos/pessoas ou personagens que marcaram determinadas alturas,aquilo que se previu,o que se pensava e a intemporalidade da estátua através de uma retrospectiva.

A seguir vem um segundo exemplo que representa o busto de Ronaldo:
feito obviamente às pressas e de mau gosto a roçar o caricato,tendo sido alvo de piadas e memes da qual a escultura reproduz uma personalidade bastante malograda,em comparação com o primeiro que é mais fiel e próxima das características do jogador.Pelas informações retidas,esta é uma versão corrigida da anterior.

É fundamental despertar para este tipo de arte manual:a escultura é a prova da verdadeira iconografia!!!
O investimento é necessário:por tecnologia mais avançada que implementem,nada substitui a escultura que também é uma conexão existente entre o ser humano e as aspirações e portanto,a impressão 3D em maior ou menor escala é brincadeira à frente da imagem em escultura...é uma concorrência muito desonesta.
Voltando ao cerne,uma obra de arte praticamente é uma expressão materializada da imaginação ou sentimento do escultor:a partir de uma escultura,induz-se valores,admira-se e acima de tudo suscita-se reacções.Os detalhes fazem toda a diferença nisto...uma escultura é um modelo de inspiração para qualquer indivíduo.
Sintetizando,ao recuperar este trabalho manual,pode-se formular impressões que são transmitidas ao público ou para quem observa.

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Pluralidade singular

Este balanço vai ser sobre o mercado editorial.
Surgiu aleatoriamente um artigo favoritista de deixar uma pessoa irritada do qual se discorda parcialmente.
Ora tecendo uma dissertação profunda,começa-se pelo título sensacionalista e o conteúdo patético,típico discurso da carochinha:ler mais não é sinal de uma população racional,pelo contrário,acentua-se a ignorância!O intuito é equilibrar o índice de analfabetismo através de estratégias implementadas.
O CEO usou certamente a justificação da estimativa encomendada pelo mercado de editores para dissimular um cenário sombrio da pseudo-cultura,estando logicamente sujeito ao escrutínio.
Ele está confundido e desfasado da verdadeira realidade...chega a ser parvo enaltecer tanto:o autor está enganado.Nos dias que correm há uma abertura para trocar ideias de livros nos diversos espaços onde a mensagem do leitor circula depressa,ou seja,a propensão para se expressar na autopublicação é acessível a qualquer pessoa mas não significa garantia de êxito cultural!
Este fenómeno marca o início da pluralidade.Existe sim maior consciencialização da leitura,logo a aderência é notável:está-se a dar os primeiros passos,portanto são testes experimentais e a quantidade neste caso não é importante,desde que o leitor saiba consumir e não adquiridos para preencher vazios!!!
A necessidade de editar geralmente são por motivos de preguiça de falar,disseminando clichés,outros para compensar a falta de ouvintes contando histórias para boi dormir e outros como forma de ocupação,por exemplo,quando não têm emprego.Por isso não se deve levar essa notícia a peito!!!Fora da bolha há um universo alarmante de indivíduos com poucas bases que optam por fazer cursos de escrita para seguirem carreiras autónomas e teóricas,caprichando superficialmente no livro que vão produzir e isto ocorre devido à baixa filtragem das editoras.
Pelo que se dá a entender,não existe nenhuma preocupação especial no prevalecimento de obras...estipulam um tempo de durabilidade de sucesso para o escritor se ajustar com a concorrência e este processo pode despertar futuramente uma grande crise intelectual!!!
Fazendo um ponto da situação,existe uma pluralidade singular neste mercado que leva ao abismo.
Apesar de trazer inúmeras vantagens deve-se encarar o lado menos positivo:trata-se em termos digitais onde socialmente não é bem-visto pois é uma biblioteca online dos livros vendidos...é uma questão de escolha do autor.
Depois o que é que acontece?As editoras não vão conseguir escoar todos os livros que não foram vendidos e que sobraram das tiragens:não se pode comparar o incomparável,apenas são vias diferentes de edição quando se fala no mercado editorial.Também era suposto associar às bibliotecas e livreiros em vez de se exportar para países lusófonos:devia haver acordos entre as entidades e esta parte lamentavelmente é ocultada do público,por isso há uma falta de noção terrível do ciclo de vida do livro.
Uma regulamentação das distribuidoras gráficas e melhor coordenação com a procura é o único modo de sustentabilidade,daí o tópico ser discutível.
Da perspectiva da notícia,a informação é insuficiente e vaga para elaborar o perfil do leitor comum:não se pode descartar as dificuldades que provém deste tipo de inquéritos,do qual não se avalia as capacidades dos leitores!Isso aí sai mal na ficha técnica dos hábitos de leitura.
Um pormenor que escapa,é a de que não se salienta qual é a camada consumidora de leitura...pensa-se sem dúvida de serem os licenciados que são os que por norma estão aptos por lidarem com o universo literário e estarem rodeados de livros.Por conseguinte esse artigo não é confiável!!!
Que referências de autores vai haver nas próximas décadas?Como vão ser recordados e documentados?São duas perguntas que não couberam nessa opinião espontânea.
Voltando ao cerne,a pluralidade editorial tem origem na expansão de novos horizontes onde os anónimos são transformados em escritores ilustres,construindo personalidades literárias.A singularidade autêntica é o palco que dá "voz" à própria pessoa e simultaneamente a centenas de leitores.
Para fechar,a pluralidade singular dos livros é a praga manual desta era.

"O discurso é o rosto do espírito." Séneca

"A vida é uma simples sombra que passa (...);é uma história contada por um idiota,cheia de ruído e de furor e que nada significa." William Shakespeare
"O homem que não tem vida interior é escravo do que o cerca" Henri Amiel
"É bom escrever porque reúne as duas alegrias: falar sozinho e falar a uma multidão" Cesare Pavese .