segunda-feira, 13 de julho de 2015

Castelos no ar

Saudações!
Esta crónica é a propósito de um alvoroço causado por um texto surgido recentemente numa página.
Após deparar com esta história partilhada,constata-se que nem tudo se deve levar à letra.
Para já,não existe nenhuma maneira de confirmar a veracidade da mensagem,além disso roça a machismo camuflado.
O autor conta que conheceu a mulher da vida dele num bar depois de se terem envolvido naquela noite.Nesta parte até pode ser verdade mas a hipótese disso acontecer é de um em um milhão,pois ninguém vai aos copos a pensar num relacionamento sério e sim numa relação ocasional.
O segundo detalhe,é ter falado pelo próprio em vez de ser pelo casal,o que dá uma leve impressão de ser egoísta e por último,de repente agora virou moda dizer por aí que as mulheres são boas na cama,sabem satisfazer o companheiro,são boas esposas e blá,blá,blá.
Obviamente que o intuito foi para ganhar aprovação virtual.
A descrição da figura feminina não tem nada de invulgar,aliás,invulgar é como retratou.É como se as restantes não tivessem a mesma capacidade de ser aquilo tudo descrito!
À partida,qualquer mulher que não seja púdica ou apagada de auto-estima possui essas facetas mas não é revelada precisamente porque corre o risco de ser rotulada,rejeitada,gozada,há falta de educação e sobretudo inveja das que não sabem dosear na medida certa...triste é incentivar com outro preconceito em cima através de um texto medíocre destes,reflexo nítido da mentalidade machista ainda predominante.
O dito cujo não se deve fazer sem vontade,senão sai mal,deixa inseguranças e muita frustração!
O mesmo se aplica em relação à imagem (na hora H):não se deve ousar criticar.
Do outro extremo oposto,encontra-se gente púdica a acreditar no velho cliché de que o compromisso muda,quando no fundo só completa.
Este tipo é que não merecia ser feliz nem tão pouco tem noção do que perde:esses são os culpados da falsa ideia transmitida aos mais jovens,depois levam com traições,discussões e sofrem de complexo (de inferioridade).Se antes não se estiver resolvida com o corpo e intimidade,nem vale a pena entrar em um relacionamento,só se construir um castelo no ar,porque não se trata de dois amigos independentes debaixo do mesmo tecto e sim de um casal!
A história do autor é comum mas as pessoas insistem em os casos serem descartáveis para se contar tudo ao grupo de amigos e andarem com o ego inflamado (ou até falar mal) por isso os momentos mais simples tornam-se escabrosos e um dia quando se quiser alguém para ficar ao lado,só vai haver remorsos porque está-se a desperdiçar uma oportunidade de conhecer alguém especial.
O s. não se alimenta de normas.Algumas vezes as dicas circuladas nos textos eróticos parecem uma forma de competição a ver quem é melhor de cama:repleta de pura estupidez!Cada um sabe como gosta.
O autor termina com uma frase absolutamente ignorante,praticamente também é um castelo no ar,pois os rótulos toldam a sociedade e a hipocrisia está presente e é o câncro deste século;a não ser que esteja a descobrir o mundo actual.
Conclusão:a mensagem é superficial e dá a entender que o s. só funciona depois de beber.
"O discurso é o rosto do espírito." Séneca

"A vida é uma simples sombra que passa (...);é uma história contada por um idiota,cheia de ruído e de furor e que nada significa." William Shakespeare
"O homem que não tem vida interior é escravo do que o cerca" Henri Amiel
"É bom escrever porque reúne as duas alegrias: falar sozinho e falar a uma multidão" Cesare Pavese .