quinta-feira, 5 de maio de 2016

Acerca dos casamentos de santo António

O tópico desta crónica vai ser centrado nos casamentos de santo António e na hipótese da potencial aldrabice.
Os casamentos de santo António são realizados a 12 de Junho com a benção do padroeiro dos noivos de Lisboa.É transmitido pelos meios de comunicação social e está ao cargo da câmara municipal.
Ora passa-se que o evento público foi perdendo a graça devido ao teor de casais seleccionados pela organização.
Há pessoas a darem o nó depois de viverem juntos e terem filhos,houve indianos a casarem pela igreja e até já aceitaram emigrantes a viverem em Lisboa...inacreditável ao ponto em que chegou quando devia ser simbólico!!!
regulamento não diz nada de especial ao invés de determinar critérios concretos de selecção,deste modo é susceptível a batota pois os casamentos de santo António são diferentes dos outros,é uma marca religiosa própria da cidade reconhecida no estrangeiro por ser milagreiro;o risco de haver oportunistas é elevado por causa dos programas fora do comum proporcionados pela CML onde eles têm de estar presentes.
A imprensa tem o péssimo hábito de chamar de jovens a pessoas adultas e supostamente com responsabilidades,pelo contrário,os casais têm idade suficiente para saber o que é a independência.A felicidade apregoada do enlace refere-se a duas pessoas solteiras a viverem cada uma na sua casa unidas pelo matrimónio e não cônjuges já com vida formada porque é uma nova etapa importante dos recém-casados com a benção desse dia depois de tanto tempo de espera por esse momento marcante e da fase do namoro (teste de compatibilidade)!!!
A organização devia ter consciência que o santo é o casamenteiro dos solteiros (e divorciados) e não devia ignorar esta parte fundamental,se não ninguém vai perceber.
Na lua-de-mel era escusado irem todos para o mesmo sítio,visto que assim que terminam de desfilar nas marchas,deixam de aparecer na imprensa.É um erro crasso preservar a privacidade porque é a continuação do evento,logo a viagem está incluída e devia ser pública,circulando nos meios de comunicação ou então mais valia ser cada casal a decidir o destino.
As amizades feitas entre eles são para inglês ver:como é possível durante os encontros saberem se há afinidades e medirem a confiança com o outro membro do grupo?Granda tanga,só afirmam de peito cheio por terem a sorte de terem sido seleccionados!
É óbvio que podem travar amizades,talvez com o objectivo de elegerem os futuros padrinhos dos filhos dos casais.
A imprensa também podia dedicar um espaço aos casais anteriores para contarem as suas histórias emocionantes,eles estão relacionados com o evento.
Voltando ao cerne deste tópico,o regulamento devia mesmo pertencer à igreja para os casais não falsificarem algum dado por desespero de casar no santo António ou outro motivo pessoal/financeiro.
Portanto,o padroeiro é para quem esteve solteiro e não para quem busca uma espécie de tábua de salvação do relacionamento para durar o resto da vida como tanto se vê agora.
A tradição decaiu nos princípios morais...não se devia permitir,por isso os candidatos se convencem que não há problema nenhum.
Nesse dia da celebração,eles recebem bajulações na internet e são descobertas por pessoas próximas através da revista "Maria".
As entrevistas de selecção dos casais são muito duvidosas mas enfim é a parolice e a ingenuidade tipicamente portuguesa que se destaca.
Em suma,os casamentos representam o santo popular de Lisboa e convém frisar o simbolismo da esperança.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Sem sombras de Grey

O tema desta mensagem vai ser uma mera observação sobre o tão famoso best-seller que andou nas bocas do mundo.
"As 50 sombras de Grey" é um romance erótico ao estilo "Crepúsculo" que conta a história entre um multimilionário e uma estudante.
O Christian Grey é um homem bem-sucedido,poderoso,com cara de psicopata,frívolo e distante e a Anastacia Steel é uma mulher de baixa auto-estima,carente e frágil de atenção masculina,ou seja,é uma personagem que não se auto-descobriu.Quando conheceu o Grey,ele foi o único que a fez despertar para o erotismo.Inicialmente ele não sabia amar demonstrando o afecto através do sado-masoquismo e aqui é importante não ser confundido com o prazer convencional,o BDSM é nítido e é preciso saber distinguir.
Pelas informações retidas,conclui-se que tanto o livro como o filme revelam os desejos reprimidos da autora e romantiza uma relação obsessiva,submissa e um tanto doentia,onde o estatuto tem o grande peso.
O romance não devia ter continuação da obra,desta forma é entediante;uma edição era o suficiente e os acessórios eróticos não são nenhuma novidade.O filme é ideal para púdicos e para casais de meia-idade que deixaram desvanecer a chama com a chegada dos filhos devido ao clima excitante no desenvolver da intimidade.As cenas do quarto vermelho foram obviamente pensadas ao pormenor e consoante as passagens descritas no livro para cativar o público mas sinceramente um filme de nudez explícita não devia passar nos cinemas e sim na televisão!
Ia ter piada se a trilogia fosse em versão pobre do Grey e uma personagem feminina de corpo real e não de pele pálida e com cu de paneleiro.
Hollywood é uma empresa cinematográfica com uma forte falta de diversidade de actores,certamente se fossem outros iam ter de representar papéis degradantes por causa dos estigmas associados...o modelo imposto e prevalecido é esse.Talvez mais tarde se comece a romper barreiras.
Os cartazes de publicidade são medíocres,juvenis e desadequados ao alvo,foi errado a E.L.James ter-se inspirado na saga e adaptado a história aos adultos...as imagens são básicas e a capa do livro é feia quando podiam ser original.
O youtube também proibe nudez e a autora está convencida que o romance causou impacto nos leitores quando no fundo gerou repercussão altamente negativa.
Entretanto,a bruxa gorda vai libertando a imaginação fértil entupida e os fetiches que não aconteceram na sua vida pessoal.
Quanto aos leitores masculinos serem uma minoria,é exactamente pela perspectiva feminina do best-seller:apesar da fraca qualidade,poucos se interessam em satisfazer as vontades.Além disso,há quem diga que o livro esteja mal traduzido.
As "50 sombras de Grey" em formato filme não deixam margem de dúvidas de ser uma produção para espicaçar a curiosidade.
Um relacionamento corre melhor sem as ditas sombras de Grey a distorcer a ideia do romance.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Ir ao cinema

Saudações do Reino assombrado!
O tópico desta mensagem é sobre ir ao cinema.
Ir ao cinema é retrógrado e tem vindo a entrar em declínio:a publicidade antes de começar o filme é interminável,as salas só estão cheias quando há estreias,na época natalícia o alvo são as famílias com crianças e o intervalo é quase no fim.
O cinema não dá assim tanto entusiasmo,ao contrário do início do milénio,quando não se tinha inventado a televisão digital e o youtube e todos ficavam naturalmente com vontade de ir.
Observar comportamentos é o desafio mais atractivo que o próprio filme,o resto são queixinhas de treta até porque actualmente há inúmeras escolhas:pode-se assistir online,a televisão oferece serviços de videoclube,há canais por cabo e os tão famosos dvd's.Em casa é muito mais confortável.
Não há nada de surpreendente,à partida todos ficam a ter mais ou menos por aí a noção do filme ou por ser continuação ou simplesmente por terem sido recomendados através de alguém ou de terem lido em algum meio.
Os filmes disponíveis são rascos e a merda do 3D existe desde a Grécia Antiga e chama-se teatro,portanto mais valiam serem reais e não incluirem personagens fictícias a não ser nos filmes de animação.
As regras retiram completamente a graça de ir ao cinema e deitam tudo a perder:é proibido conversar (ou murmurar),há quem se incomode de ouvir os outros a "triturar" pipocas com a boca,reclamam do chão sujo,a pessoa é obrigada a ficar colada ao assento até o filme acabar,os telemóveis têm de estar desligados,beber (ou borbulhar) o refrigerante faz ruído,o cheiro espalhado das pipocas dá náuseas a muita gentinha energúmena (era aconselhado viverem num buraco) e não se pode fazer barulho sabe-se lá porquê.
Não faz sentido olhar para um ecrã gigante com um sistema de som explosivo e ampliado de rebentar os tímpanos!Qual é o simbolismo do escuro?Poupar electricidade?Favorecer problemas de visão?Facilitar o roubo?O certo é que faz dar sono,preguiça e a pessoa sai a bocejar.
Ir ao cinema é aborrecido e no fundo a maioria nem sequer se interessa pela projecção.
Alguns critérios deviam estar mudados,tal como foi com os filmes classificados teoricamente para maiores de 18,onde hoje em dia é destinado a qualquer público,cabendo à pessoa mais velha decidir se os menores devem assistir ou não.
Os que ficam perturbadinhos com coisas insignificantes a decorrer durante a sessão,estão mal resolvidos na vida...se o princípio básico do cinema é promover o convívio e harmonia,é normal que as pessoas queiram trocar impressões daquilo que estão a ver e interagir,por vezes há cenas que captam a atenção e a pessoa precisa de reagir.
Se o objectivo é estarem mudas lá dentro,as pessoas deviam passar a irem sozinhas (ou deixarem definitivamente),ao invés de andarem a rezingar pelos cantos!Uma sala de cinema é diferente de uma biblioteca,aí deve haver o máximo de silêncio para os leitores se concentrarem nos livros,bem como na igreja e nos auditórios onde se deve piar baixo e prezar pelo respeito do local.
O ser humano está a escalar para um patamar de sociabilidade muito estranho...tem o dom de complicar tudo,depois de milhares de anos de evolução!!!
A visão deturpada dos indignados é discutível.
Isto agora para muitos o cinema é o único sítio de reunir com o grupo de amigos quando não é possível levar companhia em casa por vários motivos:em primeiro lugar,a casa é um lugar privado;segundo,ninguém confia em semi-desconhecidos;terceiro,caso alguém se disponha a convidar,é o anfitrião que tem de ter comida e não mandar cada um deles trazer (ah sim,dá trabalho) nem limpar e por último,em casa os barulhos são constantes e o ambiente não é isolado.Os terceiros deviam entender que proporciona outras oportunidades.
Uma sala de cinema devia servir para partilhar bons momentos,pois nem sempre há tempo para se encontrar e além disso há compromissos a gerir.As esplanadas não são a preferência dos jovens para essas actividades e assume outro papel.
As pessoas estão-se a tornar chatas e também a fazerem tudo ao contrário...não havia mal nenhum desde que fossem civilizadas e não é por acaso que a  indústria se chama de entretenimento!
Por outro lado,empaturrar-se de aperitivos doces enquanto estiver sentado a ver o filme,relembra o típico sedentarismo americano.
A ideia de ir ao cinema é somente distrair o público,por isso foi errado determinar regras,daí a falsa percepção de muita gente.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Utopias

Este tema é sobre a perspectiva do futuro.
O paradigma actual da sociedade é fortemente marcado por grandes mudanças:libertinagem,falta de valores,vitimização,gente narcisista,apatia total,influências multiculturais/gastronómicas,crianças precoces,exibicionismo,materialismo,obesidade,precariedade,imigração em massa,velhos a darem má educação ou sem estrutura para exercer autoridade,conflitos religiosos,hipocrisia,crise política e o boom tecnológico.Os bons exemplos praticamente são escassos e a decadência moral impera em toda a parte,principalmente nos media.
Todos estes acontecimentos e modas vão se tornar históricos e importantes para as gerações do futuro terem uma noção daquilo que o mundo sofreu no passado.
Os historiadores dentro de cem anos vão falar desta época como sendo a mais revolucionária e talvez venha a aparecer nos livros de história,entretanto os estudos já devem estar a ser preparados.
Daqui a um século,os gurus e os oradores ao menos vão poder afirmar em retrospecção que em 2016 há maior consciência global e ética da exploração animal e dos danos ambientais...se houvesse a hipótese de viajar no tempo,os costumes actuais são o legado deixado para as próximas civilizações que vão habitar o planeta Terra,tal como a teoria de big bang e a evolução da humanidade.
Prevê-se que no futuro,as escolas vão considerar o ensino desta época retrógrada porque o acesso ao conhecimento vai ser expansivo e ilimitado,nada a comparar com o sistema onde o aluno não é favorecido nem formado para ser um cidadão democrático e livre e onde não se estimula a vontade de aprender,somente para a ambição e poder.
A tecnologia e a ciência vão dominar as vidas e as memórias podem vir a ser eternamente armazenadas.
Quanto ao nível de mentalidades,os filósofos irão logicamente falar de muita coisa deste novo patamar emergente,mais precisamente das pessoas a viverem dentro de uma "bolha".
Hoje são utopias mas o conformismo no fundo foi responsável pelo engaiolamento do pensamento e certas ideologias ainda prevalecem devido à ignorância.
Daqui a cem ou cento e cinquenta anos os historiadores e outros especialistas vão referir esta era da mesma maneira como actualmente se estuda Albert Einstein,Shakespear,Aristóteles,Platão,entre outros autores consagrados com a diferença de ser tudo digital.
Centra-se no conceito de felicidade,de bem-estar e as reinvenções são constantes.As velhas barreiras e os estereótipos lentamente vão sendo libertados para dar espaço às variedades...é realmente um ano épico.
No futuro,a exaltação da superficialidade vai ser visto como um erro reprovável,assim como por exemplo a visão em relação à repressão feminina das décadas passadas foi impensável e não se reproduz mais.
São previsões meramente utópicas,pois a maioria não se preocupa muito com o futuro a longo prazo da sociedade...os livros lançados pelas editoras não acrescentam nada,só servem para entreter,por isso as pessoas embrenham-se por ideias parvas,seguem inutilidades e depois culpam os autores pela merda vendida!E o ciclo vicioso não acaba.
São um meio de abstracção da realidade para carrascos.
Este século também revela a incapacidade de se produzir obras literárias decentes e duradouras...portanto,não vai haver referências concretas para recordar dos moldes de comportamento,apenas pelo geral.É simples:se as editoras permitem banalidades (e não controlam as toneladas de papel),qualquer otário vai acreditar ser um escritor ilustre quando na verdade é uma ilusão e a natureza sai a perder.
As gerações vindouras não vão encontrar inspiração porque não se desperta para a seriedade de um livro.
Em resumo,as utopias levam a reflectir os desequilíbrios impingidos,os maus investimentos,as conveniências a serem rompidas e as ditas normalidades a serem revistas.
"O discurso é o rosto do espírito." Séneca

"A vida é uma simples sombra que passa (...);é uma história contada por um idiota,cheia de ruído e de furor e que nada significa." William Shakespeare
"O homem que não tem vida interior é escravo do que o cerca" Henri Amiel
"É bom escrever porque reúne as duas alegrias: falar sozinho e falar a uma multidão" Cesare Pavese .