O tópico desta crónica é sobre um anúncio de emprego invulgar que fez estourar uma onda de alvoroço.
Há já algum tempo,circulou em várias fontes de imprensa uma notícia que suscitou muita falácia devido à mediocridade da oferta entretanto retirada do ar.
A empresa em questão dizia ser de serviços informáticos onde procurava desenvolver uma equipa para criar conteúdo web em várias áreas destinado ao público feminino.
O responsável é ironicamente um luso-alemão:não tarda nada vai estar entregue aos emigrantes.
Analisando o artigo,praticamente é possível tecer uma longa dissertação dos pontos negativos que o anúncio envolve,seguindo enumerados:em primeiro lugar,foi uma forma de provocação às mulheres portuguesas;em segundo,revelou machismo;terceiro,foi ofensivo;quarto,houve uma leve xenofobia;quinto,discriminou o género masculino por não ter a mesma capacidade de comunicação do feminino,rejeitando-os do anúncio sendo o alvo as mulheres brasileiras;sexto,ao exaltar as características já demonstrou a falta de princípios aliada à falta de ética profissional,pois todas as empresas têm de prezar pelo código de conduta;sétimo,cometeu uma grave injustiça (e desigualdade) de oportunidades tanto para as mulheres e homens portugueses que deviam ser prioridade para uma empresa registada em Cascais e último,mais valia ter se instalado no Brasil porque aqui não compensa.
Mas onde é que ele vai encontrar candidaturas de centenas de brasileiras licenciadas em Portugal?O responsável anda totalmente alheio à realidade...custa acreditar,parece uma piada manter certos requisitos,é quase como se procurasse acompanhantes de luxo,só não foi mencionado a boa apresentação e a idade!
As que emigraram para cá são pobres,sem classe,incultas,por vezes de permanência temporária,vivem em casas alugadas,têm habilitações insuficientes (aprender não é com elas) e geralmente trabalham em cabeleireiros,centros de estética,lojas,maquilhadoras e clínicas de massagens.
Quanto às portuguesas,elas são assim precisamente porque a maioria dos empregos não dão condições para serem felizes,igual a esse anúncio desprezível:não querem pessoas depressivas e inseguras com a vida mas também não se preocupam com a dignidade humana dos colaboradores!
É proibido as empresas promoverem uma lógica preconceituosa...um trabalho é para quem tem competências e o responsável tem de saber avaliar o candidato.
Conceber uma plataforma digital que reúna isso tudo seria melhor se o anúncio não fosse tão absurdo e para ser removido uma parte (ou por completo),é porque ele tomou consciência e notou de que não haveria hipótese nenhuma de ser concorrido,que tivesse pensado primeiro antes de ter emitido um tamanho disparate.
As comissões reguladoras têm de começar a apertar com as empresas onde os critérios são favoritistas e a detectarem ofertas suspeitas,seleccionar um determinado alvo nos anúncios é ilegal ou então no fundo o objectivo dos empregadores é justamente os candidatos mais fáceis de convencer a ocupar o posto (para explorar talvez?)...é preciso medidas sérias nestes casos:enquanto um anúncio for estigmatizante nada feito,as barreiras devem ser rompidas e a culpa é da passividade do povo que acha todas as imposições normais ao estilo terceiro mundista,por isso Portugal é sempre gozado lá fora.
Além disso contribui no prevalecimento de estereótipos,portanto esse anúncio de emprego era falso pelo facto de ter causado desentendimentos!Se toda a gente se revoltasse/confrontasse a ideia,eles iriam respeitar os candidatos,pararem de ganhar vantagem e sobretudo iriam deixar de serem reconhecidos pelos motivos errados.
O luso-alemão atacou as portuguesas e em detrimento elogiou as brasileiras,ou seja,ele acabou por denegrir as mulheres e isso ninguém devia permitir,foi muito baixo-nível!!!E já agora,como é homem devia estar numa empresa só de homens.
A espécie feminina pelo menos devia ser unida no combate aos anúncios de emprego degradantes,aquilo é um sinal claro da falta de profissionalismo da parte do empregador,pois uma oferta não se lança sem pontas por onde pegar e sim bem pensada.Assim ele "cavou a sua própria sepultura".
Concluindo,se as pessoas não fossem tão conformistas as empresas iriam ser obrigadas a mudarem os requisitos,até lá eles vão arranjar argumentos injustificáveis.
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