Perdoo facilmente as ofensas,mas por indiferença e desdém:nada que me vem dos outros me toca profundamente. O amor!Ah,sim,o amor!Linda coisa para versos!A minha dolorosa experiência ensinou-me que sou só,que por mais que a gente se debruce sobre o mistério duma alma nunca o desvenda,que as palavras nada exprimem do que se quer dizer e que um grande amor,de que a gente faz o sangue e os nervos e as próprias palpitações da nossa vida,não passa duma pobre coisa banal e incompleta,imperfeita e absurda,que nos deixa iguais,miseravelmente iguais ao que éramos dantes,ao que continuaremos a ser.Então...para quê?
Florbela Espanca,in "Correspondência (1930)"
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*A dona deste blog deseja-lhe um bom resto de dia.*(cheia de luz e magia!)