Saudações das cinzas!
Após uma longa ponderação,chegou a altura de abordar uma mensagem relativa ao conceito de literatura.
Pela constatação,a informação retida é escassa e não existe matéria suficiente a incidir neste tópico.
Numa breve pesquisa efectuada,foi encontrada um artigo do qual se concorda plenamente.
Segundo o texto,a autora,jornalista freelancer,conta primeiro sobre a sua história de vida,fala das condicionantes de ser um escritor jovem em Portugal e refere que a literatura está num patamar distante da realidade.
O cenário não é lá muito animador.
Neste país,existe uma visão conservadora (e estereotipada) daquilo que é classificado normalmente de literatura,ou seja,ainda se costuma dar destaque a autores clássicos em vez de se focar em escritores que representem a geração actual na qual o leitor se pode identificar.
É lógico que enquanto não for redefinido o conceito de literatura,não se vai saber cativar para a leitura.
O problema centra-se nas próprias editoras:uma máfia organizada que impede a progressão da literatura nacional,funcionando ao contrário,isto é,em vez do escritor criar proximidade com os leitores,tem de se encaixar com os critérios da equipa de modo a ter hipóteses de ser aprovado...no fundo é servir de isco para os membros,eles ocultam segredos do público para não investirem nos independentes e sérios que dão mais trabalho do que aqueles que são fáceis de influenciar,frequentemente já com um estatuto a favorecer e prontos a serem catapultados para o estrelato dos livros...enfim,prevalece-se um ideal superficial onde se preza pelo lucro e o oportunismo que no entanto prejudica a veracidade da cultura.
Decidir estabelecer um perfil literário impossível de alcançar,é um erro crasso impingido,havendo portanto uma catalogação;e os outros tipos que ficam abaixo não têm reconhecimento,porém vai do estilo pessoal do autor!!!Os avaliadores deviam estar enquadrados com o que a época exige e não literatura para o agrado do júri.Eis aqui um resultado obtido a confirmar a matéria.
As editoras deviam deixar de ter preferências por modelos narrativos antigos e estimular a criatividade,se não não vão captar escritores:é preciso repensar naquilo que estão a transmitir ou futuramente não vai haver gente interessada em ler.
Infelizmente há falta de abertura em geral.Por exemplo:porque é que continua a ser dirigido somente para o nicho de leitores compulsivos?Será que o intuito é limitar a cultura?Algo não bate certo.
Eles deviam disponibilizar previamente o resumo do livro que lançam no mercado em vez de obrigarem a pessoa a se deslocar até a uma livraria e perder tempo a tentar descobrir o enredo:isto é um sinal claro de que não compensa ler e de que o conhecimento não serve de nada se não for partilhado!A pessoa de fora tem de ter um conjunto de impressões acerca de um livro porque era suposto o leitor ser o verdadeiro crítico da obra e não a equipa produtora.
Dentro do nicho dos leitores,obviamente poucos conseguem interpretar o conteúdo,o resto lê meramente por passatempo ou hobbie,por isso é importante arranjar uma forma de aguçar a curiosidade literária...o fanático é o principal culpado por não tornar acessível a terceiros,sendo por estas razões que a cultura é desvalorizada,além disso contribui para o empobrecimento de vínculos entre o autor e o leitor justamente por não se empenhar em manter a visibilidade,daí surge o parasitismo bem como alguns clichés reproduzidos,entre os quais:"ler muito traz benefícios" e "quem lê escreve bem e aumenta o vocabulário",são rótulos associados à leitura que deviam acabar.Detalhes que passam despercebidos.
Por outro lado,convém ressaltar que escrever para um jornal ou revista é mais vantajoso devido ao alcance de uma audiência em larga escala do que editar livros que vão ficar "restritos" a um círculo do qual arrisca-se a ser uma espécie de doutrinação silenciosa,explicando melhor:os carrascos usam como apoio para afirmar algo de "olhos fechados",disfarçando a ignorância como acontece recorrentemente.Um livro tornou-se uma bengala para enganar os desprevenidos,conferir prestígio e sobretudo para alienar e dividir a sociedade através da manifestação suprema da arrogância literária;é tudo um falso pretexto que não corresponde exactamente ao que se esperava e o fruto disso foi a crise cultural.
Há mais duas questões que são bastante ignoradas:porque será que o consumo de literatura é dos mais baixos da Europa?Será que as editoras também não repararam na gritante falta de referências?A incapacidade cognitiva é absolutamente grave e já se começa a ressentir gradualmente...há que ter uma noção básica.
As editoras querem simplesmente "atirar areia para os olhos",preenchendo as livrarias com obras traduzidas e descredibilizando as que são dignas de publicação...é uma perspectiva distorcida que foi foi incutida!
Posto isto,há um conceito artificial de literatura:privilegia-se as categorias mais concorridas em detrimento de outras mais diversificadas pelo facto de ser padrão neste país,é uma bolha de conformismo instalada no sistema gerando um atraso intelectual.
Enquanto os livros forem "acessórios" para enfeitar as estantes,o consumo literário será rasco e volátil.
A única solução para alguém ganhar produtividade,passa por ir adquirindo os ditos hábitos de leitura diários (em vez da extensiva) como por exemplo,consultar as tão diabolizadas fontes fiáveis de sites culturais até porque ler livros é ilusório,entediante,não muda o mundo e não garante a mesma experiência viva de acompanhar artigos de imprensa nas plataformas digitais (ou outro meio de comunicação).
Resumindo,trata-se de um truque usado pelas equipas produtoras para vender um conceito "morto" de literatura.
"A vida é um piano.Teclas brancas representam a felicidade e as pretas a angústia.Com o passar do tempo você percebe que as teclas pretas também fazem música." A Última Música
quarta-feira, 7 de outubro de 2020
(re)Definição de literatura
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