Há já algum tempo,encontrou-se uma ilustração curiosa acerca da definição de arte.
Ora o desenho é o reflexo literal da cultura onde os valores artísticos foram invertidos e o absurdo impera.(Aqui está uma notícia a exemplificar melhor)
Descrevendo,na primeira figura está retratado uma pessoa vulgar que reproduziu um desenho banal do qual não transmite nenhum significado que no entanto atingiu centenas de "gostos" e a pessoa fotografou-se com pose de selfie diante da tela.Na segunda figura,a pintura de tela é elaborada,usou-se a imaginação para idealizar e foi feita por uma pessoa comum que conseguiu escassos "gostos".
Desvalorizar uma obra original em detrimento das aparências,leva a construir uma visão errada daquilo que é classificado de "arte"!Revela o enaltecimento de uma influenciadora digital cuja pintura é dirigida à aceitação pessoal,portanto,foi feita para ela se destacar nas redes sociais e não exactamente por talento,ou seja,incentiva-se o menor esforço e a quantidade,porém é uma arte efémera enquanto no segundo,a autora optou pelo anonimato (a pintura está exposta,ela não) porque o intuito é obter reconhecimento pela essência do trabalho e pela qualidade e não para ganhar aprovação.
Os ideais implementados são prejudiciais ao prevalecimento da arte...a lógica é nociva e de mau gosto!!!
Por outro lado,há a questão do machismo:não se pode incutir o que é desejável senão está-se a formatar a sociedade para seguir um determinado padrão frio,vazio e sem ânimo.Neste caso,ao ir pela imagem da artista,a pintura da tela deixa de ser o alvo das atenções,logo o mais relevante!!!
A ilustração é ambígua,discrimina-se o conceito de arte e estereotipa-se as autoras,além de ser deplorável,cada vez mais se nota este fenómeno semelhante,onde um artista anónimo não conta e sim obras fáceis provenientes de pessoas pouco credíveis...as linhas vão ficando esbatidas e esta é uma lacuna grave pois não se trata de ser aleatório e sem sentido,pelo contrário,é uma expressão.
Antigamente a adoração era por quadros e pinturas a tinta,actualmente a época favorece o surgimento de ícones:basta ser algo básico e a assinatura é a cara da pessoa,deixando de haver uma identidade,uma conexão ou um atributo na obra quando era suposto ser uma forma de representação de sensações.
A mensagem que se apregoa nos dias que correm é impessoal e redutora (seja machista ou não) e obviamente vai trazer também consequências se não se souber discernir a arte de iconofilia contemporânea,dois termos totalmente diferentes que geram mal-entendidos.
Esclarecendo o tema,a arte é uma marca intemporal onde não existe uma resposta objectiva nem um modelo pré-estabelecido,apenas partilha-se a capacidade de criação individual e de inspiração através dos diversos meios...é uma actividade complexa e indiscutível.
Concluindo,a arte no geral é a manifestação de um produto interior que fomenta a condição humana e sem isso a comunicação seria insuportável.
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