domingo, 24 de dezembro de 2023

Da retrospecção anual das pesquisas...

Este tópico vai ser um balanço das pesquisas do ano.
Houve uma notícia que resumiu as dúvidas mais pesquisadas em 2023.
Como é tradição de encerramento,trata-se de uma compilação de dúvidas que circularam no ar,sendo uma constatação discutível pois os jornalistas mandam a retribuição dos assuntos preferenciais que decorreram durante o ano,portanto não há nada inventado.
Por detrás desta notícia simplista dissimula-se um rol de analfabetismo.
O mecanismo contabiliza a quantidade de entradas de dados mais acedidas para se levantar o relatório das dúvidas do ano e das celebridades destacadas:são informações obviamente previsíveis registadas pelos algoritmos.
É totalmente desnecessário a imprensa fazer uma retrospectiva anual dos temas:isso chama-se pesquisas rápidas daquilo que teve mais impacto no consumidor e não tem nenhum propósito específico,apenas por curiosidade do internauta para se aprender no momento ou então para gerar conversa com alguém...são buscas superficiais de pessoas ignorantes que acompanham tendências e depois acham que sabem muito!!!Captar informação em fontes que não são fiáveis,é sinal de inflexibilidade:com isso incentiva-se os internautas a dependerem de repetições em vez de verificarem os factos por coisas muito normais que sejam.Disponibilizar a rede de internet só para dispender o tempo online lendo sensacionalismos e vendo trivialidades,só revela o tamanho medíocre do cérebro dos utilizadores,pois estão a alimentar o motor de lixo!Desde quando os portugueses se interessam por conceitos tecnológicos?É de admirar.
Realmente usar o dispositivo para seguir os conteúdos já comentados nos meios de comunicação é demais:dantes ia-se pela televisão ou bastava passar pelas bancas de quiosques para se refrescar dos acontecimentos,actualmente caça-se no Google onde se tem menos credibilidade,uma grande piada!Eles aproveitam-se exactamente da baixa literacia digital para editarem uma lista das curiosidades de cada ano,pois os jornalistas detêm liberdade para tal...é uma forma de expôr o índice de cultura cibernética.
Por este atalho,já se nota o patamar de pensamento crítico reduzido e este cenário é gravíssimo:ao enaltecer as pesquisas do ano,comete-se a atrocidade de empobrecer o vocabulário,ficando com a linguagem comprometida.E depois o que emerge a contrastar como resposta?Vêm as formações do LEME para a educação dos media em linha,isto é,projectos para a literacia mediática,um programa implementado por várias organizações e entidades associadas ao governo destinado aos jovens e existe outro site chamado "ALPMJ" destinado aos cidadãos,cuja prioridade é semelhante com a finalidade de desenvolver o espírito criativo nas tecnologias de comunicação...são dois dos exemplos comuns.
A desinformação é o problema central deste século e o site só entrega as pesquisas anuais convenientes ao público,no entanto,a margem de erro é mínima.
É preciso admitir que a retrospecção não é lá agradável nem divertida.Ao ler em formato papel,adquire-se um grau de confiança mais alto em detrimento do digital:a diferença encontra-se explícita!!!
Arrasta mesmo o desafio de se investir em cursos sobre a questão da desinformação,concebido por jornalistas competentes ou por profissionais certificados e experientes na área de multimédia:são eles próprios que vão beneficiar e tirar vantagem quando era suposto ser o internauta a sair a ganhar com o consumo de informação e não ao contrário...também é incompreensível porque não é nenhum privilégio o leitor ter o direito de estar devidamente seguro ao consultar as notícias principais.Ir pela internet é desastroso!
No fundo as massas pedem a lista e a imprensa lança a retrospecção a gozar com a falta de literacia digital.Navegar em páginas com a veracidade comprovada,não é o forte dos internautas portugueses:o nível é de bradar aos céus!
Conclusão:a retrospecção das pesquisas é o autêntico escárnio de fim de ano,servindo para o gáudio da audiência.

domingo, 10 de dezembro de 2023

Os piores dilemas

Saudações criaturas obscuras!
A redacção deste tema vai ser uma abordagem de uma matéria um tanto invisível relacionado com decisões.
Qual a pior coisa para fazer na vida?Eis uma pergunta pesada que não passa pela cabeça da maioria das pessoas.Para fazer alguma coisa má não há regras,por conseguinte o "pior" trata-se de correr riscos.
Relativizar é abominável porque a filosofia encontra-se presente no dia-a-dia e estuda no geral o conhecimento,valores,razão,mente e linguagem impossíveis de serem desprezadas.
Aí vão enumerados e descritos os cinco dilemas mais prováveis:

1 - largar/trocar de emprego
é uma opção irreversível:ou o candidato tem capacidades e se esforça para manter na função ou nem vale a pena,é preciso ponderar antes de mandar a candidatura pois o sustento não é nenhuma brincadeira!;
trocar de emprego duradouro para se aventurar noutro que proporcione prazer é um grande disparate,a isso chama-se adaptação.Essa ideia de facto encontra-se enraizada mas não é nada mais do que um cliché e sim uma polivalência,pois não existem trabalhos de sonho nem um melhor do que o outro:é um truque usado popularmente nos discursos para suavizar alguém ao atravessar um momento conturbado profissionalmente quando não está satisfeito com um critério exigido ou com o ambiente...a intenção é precisamente se escapar do desagradável,correspondendo à típica mentalidade de chico-esperto e aqui se aplica o princípio da causalidade.
A versatilidade laboral é o ouro desta era e quem não consegue desaprender e reaprender,não se vai encaixar em lado nenhum e está condenado a ser carrasco...é escusado "fechar os olhos" às mudanças,mais cedo ou mais tarde vai emergir perfis dos quais os chefes das empresas devem estar preparados para novos tipos de desafios,portanto trocar de emprego não é nada de outro mundo e sim uma vocação;

2 - dar importância a situações insignificantes
infelizmente ocorre com alguma frequência e em termos filosóficos chama-se falácia enquanto que no senso-comum chama-se conversas espontâneas.Definindo,é uma interacção estabelecida entre os interlocutores cara-a-cara (ou não) por períodos curtos,simples e altamente informais.
Serve de pretexto para desviar do problema ou assunto em questão,cruzando informação onde não se acrescenta nada:é uma comunicação viciosa,volúvel e ruidosa,derivada da ignorância da pessoa...é um dos piores constrangimentos mas não é tão grave assim;

3 - não aproveitar o momento e depois se arrepender
há ocasiões que jamais se repetem porque a vida é curta.Existem de facto episódios únicos que se não forem vividos é uma experiência deitada fora,logo é uma estupidez recusar desfrutar quando as circunstâncias favorecem um clima de sintonia e a esta situação chama-se existencialismo:não é difícil adivinhar!;

4 - não ter atitude quando for necessário
na sabedoria popular costuma-se dizer que o medo paralisa,no entanto faltar coragem de falar ou fazer na altura adequada pode levar a cometer equívocos.Para tomar uma atitude é preciso ter uma dose de resiliência e pode não ser fácil,sobretudo quando o assunto é delicado ou quando é complexo,sendo várias vezes interpretado erradamente de permissividade:aqui entra o conceito filosófico de livre-arbítrio que se associa ao direito de escolha,isto é,a realização de uma acção (física ou mental) está sujeita somente à vontade consciente do agente que vai realizar,tendo obviamente a sua liberdade determinada pela capacidade...como se pode constatar,este dilema não é nenhuma novidade!;

5 - ao infligir dor e sofrimento a alguém não se retira nenhuma lição
lamentavelmente no senso-comum diz que se aprende através da dor mas no fundo amadurece:esta afirmação é cruel por isso não se pode considerar de argumento e sim uma discussão crítica.É verdade que alguns teóricos classificaram os tipos de dor e deixaram conselhos úteis para viver melhor dos quais actualmente são reproduzidos por psicólogos,coachees,investigadores e "especialistas" e a isto chama-se auto-ajuda!Este conceito também já existe e é preciso começar a ser admitido,referenciando os autores que relataram o sofrimento e até o surgimento de distúrbios psicológicos (Hipócrates 462-377 a.c.).Portanto deve-se ressaltar que o sofrimento não pode ser totalmente compreeendido ou solucionado por meio da razão porque vem da natureza emocional...é um dilema moral subjectivo.

Explicitando o conteúdo,as suposições devem ser tidas em conta antes de actos irreflectidos por perspectivas imediatas que sejam impingidas...a corrente de pensamento de pacotilha enterrou vorazmente a sociedade!As pequenas argumentações compensam porque salvaguarda o indivíduo de corrupções,esclarece os objectivos e vai afinando o nível de certeza:não custa desenvolver este trabalho.
A epistemologia prevalece bem activa,basta observar ao redor com atenção para chegar à conclusão que praticamente várias áreas exige a arte de pensar e se baseia na premissa de racionalizar:é um exercício de flexibilidade lógica.
Os dilemas estão incluídos na retórica porque incentiva a convencer,são um modo de medir a hipótese compatível com o desejo!No glossário filosófico chama-se silogismo dialéctico,servindo particularmente para identificar os pontos de partida e o que concorda ou não,ensinando o indivíduo a debater correctamente com terceiros ou com o próprio as vantagens e as desvantagens das piores coisas para se fazer na vida.
Recorrer a esta linha de pensamento influencia os processos e estabiliza conflitos internos,reduzindo padrões negativos.
Conclusão:um toque intuitivo altera a visão em fase de crise marcando a diferença.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Fazer coisas sem sentido

Esta mensagem vai ser sobre a pergunta:por que fazemos coisas sem sentido?
Claramente é uma matéria de âmbito filosófica que parte de um pressuposto básico transversal a qualquer ser humano.
Tecendo uma dissertação,eis uma pergunta muito vaga e simultaneamente difícil de responder do qual provoca mais duas perguntas:fazer coisas sem sentido é válido? e se não tiver sentido significa que já está falido?
Quando algo não faz sentido,a pessoa sabe que está errada ou então sabe que está errada quando algo não faz sentido e aqui encontra-se a ambiguidade!É absolutamente normal nalguma fase de equilíbrio mental ou simplesmente para aprender a orientar.A coisa deixa de ter sentido quando perde a graça,servindo para superar crises ou pelo menos até o indivíduo se tornar responsável.
A razão pela qual fazemos coisas sem sentido é por estarmos alheios e distraídos e surge por não haver prática mas é comum,como é um reflexo involuntário,dá um sinal para nos ajustarmos às capacidades mecânicas!
Naturalmente que ao não ter sentido traz benefícios porque do nada acha-se a solução adequada e se obtém uma direcção exacta,através de categorizações.Ocorre devido às dissonâncias cognitivas,ou seja,depois do caos vem a ordem e esta pergunta tem o intuito de fazer um balanço em vez de ser considerada parva...embora seja chata,é profunda e carregada de teoria,excelente aliada para o contributo interior:uma coisa sem sentido é um comprimido contra o vazio!Reinicia-se o sistema de pensar,de ocupar ou ainda de enfrentar tristezas.Não é por acaso que surge esta pergunta curiosa.
Explicando do que se trata,a falta de sentido ajuda a construir o bom-senso,tão útil no quotidiano para formar juízos de valor senão as consequências são desastrosas na convivência:daqui provém a constatação de factos e sobretudo é de onde nasce a ética do qual o ser humano sujeita-se desde cedo...lembra para chegar a um consenso.
Fazer ou dizer coisas sem sentido é um treino para se atingir um sentido,do contrário não vai dar efeito nenhum,daí ser uma indagação infelizmente desprezada.Deveria ser destacada de modo a ter nexo nesta sociedade de psicologia imediata...teoricamente apregoa-se de ser censurável e que o indivíduo "morre" e esta afirmação também é muito perigosa porque impede alguém de estar num estado aleatório e de conhecer de verdade o próprio comportamento,manias e devaneios,portanto esse tipo de discurso passa distante do que se pretende disseminar:é uma camuflagem para criar apegos!Existe uma determinada altura num espaço de tempo onde se vai debater com coisas que não fazem sentido,modificando as falhas e só se consegue ao examinar hipóteses e a seguir tomando uma decisão.
Revela um traço de ignorância,isto é,não ter sentido é conveniente quando se está baralhado ou limitado:é um salto para desacelerar e libertar o inconsciente...sem isso,o indivíduo bloqueia.
Permitir condições para não ter sentido é essencial,logo chama-se margem de experiência pois não se pode andar constantemente sob controlo de circunstâncias:é totalmente impossível fazer plenamente sentido,seria estranho se acontecesse!!!
Fechando,fazer coisas sem sentido é um meio de coordenação.

"O discurso é o rosto do espírito." Séneca

"A vida é uma simples sombra que passa (...);é uma história contada por um idiota,cheia de ruído e de furor e que nada significa." William Shakespeare
"O homem que não tem vida interior é escravo do que o cerca" Henri Amiel
"É bom escrever porque reúne as duas alegrias: falar sozinho e falar a uma multidão" Cesare Pavese .