Eu já aqui no blogue,falei uma vez há três anos acerca do dia mais idiota do calendário.
Ora bem,eu nunca gosto muito de rodar sempre os mesmos temas mas como o meu ponto forte é contar detalhes que ninguém vê,chegou a altura de aprofundar.
O dia de S.Valentim sempre foi absurdo.Se eu descrevesse o quanto é abominável,o escárnio seria infinito.
14 de Fevereiro é o dia automaticamente associado ao marketing:oferece-se à alma gémea peluches (que deviam ser vendidos na Toys'r'us),flores (como no dia do enterro),ida ao cinema (algo que se pode fazer ocasionalmente) e canecas típicas com inscrições pirosas (talvez por faltar loiça em casa).
Para além destas sugestões,há outras mais evoluídas (sobretudo para pessoas ricas) como, fazer um book íntimo e oportunidades de participar em espectáculos privados.
É um dia em que se celebra o amor.Mas que tipo de amor,carambas?Amor universal?Amor à natureza?Amor romântico?Amor platónico?Amor perverso?Amor sofrido e incompreendido?Amor vulgar?Amor perdido?
Pois bem,se são estes tipos todos,não me parece,uma vez que o modelo principal é o de amor romântico.
Na verdade,os grandes responsáveis por transmitirem o "vómito",são os media:é a televisão que passa toda a estupidez alusiva ao dia.
Quantas vezes já apareceu casais a se declararem frente às câmeras para serem reconhecidos mundialmente?Eh pá,o segredo deles foi ensaiar primeiro,contactar um repórter para gravar e arranjar um grupo de "figurantes" para aplaudir o pedido de casamento.(já pensaram que isso pode significar que têm problemas familiares e que este é o único modo das outras pessoas aprovarem o namoro?É a tal lei da compensação)
Por acaso no vosso dia-a-dia quando observam casais,vêem alguém aplaudir a cena ou "segurar a vela"?
O vírus deste dia torna as pessoas ainda mais acéfalas e patéticas a torto e a direito.
Os que sempre foram os rejeitados acreditam na treta dos cu(s)pidos,enquanto outros sentem a obrigação de escrever dedicatórias para alguém com quem nunca falaram pessoalmente.(que tanto pode ser por curiosidade como esperança que resulte em qualquer coisa)
Actualmente o que é mais comum existir é o amor platónico,o que faz com que aquilo seja fácil de conseguir e o amor se torne vulgar.
Quantas vezes já viram alguém dizer "eu te amo" a desconhecidos ou só para acalmar uma alma desiludida?E quantas vezes um dos parceiro diz coisas para agradar ao outro (muitos chegam a ter um relacionamento duradouro) e um dia mais tarde descobre-se que foi traído?
Pois é meus leitores...como viram,são raros os que arriscam,porque sair da zona de conforto dá trabalho,pois requer disponibilidade e compreensão para com o próximo.
É por isso que o amor é sentido só em palavras e imaginação.Aliás,eu não vejo qual é o motivo que leva o público a adorar coisas básicas e exibicionistas...será que é uma forma de fugir do pessimismo da vida?Só sei que a televisão nacional não vale um caralho,pela quantidade de fantasia que transmite.
Concluíndo:"Amor e ódio,é o verso e o reverso da mesma navalha".