Este tópico é uma extensão do plano de acção digital.
Recentemente,surgiu um artigo semelhante às estratégias de transformação tecnológica.
A "APRITEL" não é um nome ouvido nem constado nas entidades de telecomunicações,é uma organização privada reguladora e prestadora de serviços do mercado electrónico onde se publicou oito recomendações da estratégia digital nacional (EDN).
Indo por ordem,eis os quatro pontos seleccionados seguindo da análise com os quais se discorda totalmente.
No primeiro ponto,há uma pequena confusão.Citando:"a APRITEL pede que seja atribuído aos operadores de comunicações electrónicas o estatuto de clientes prioritários no fornecimento de energia".
Desde quando as operadoras fornecem energia aos municípios?É suposto ser a "Ren","Iberdrola" ou "Endesa" e não as empresas de telecomunicações electrónicas que além de não terem nada a ver com o regime jurídico da construção,acesso e instalação de redes,são intermediárias!"4 - Reforçar a coesão territorial e conetividade de toda a população."
Não é uma meta prioritária,pois praticamente já está a ser cumprida e se mantém como está,ou seja,a maioria da população pode solicitar o equipamento.Aqui ele deve viver num universo paralelo,ou então é um equívoco:o secretário-geral não avaliou como deve ser.
"5 - Tornar Portugal um hub digital internacional de excelência.A APRITEL advoga a criação de um enquadramento específico que incentive e viabilize investimentos de longo prazo por parte de empresas nacionais e posicione Portugal como um destino privilegiado para a instalação de centros de dados sustentáveis e como porta de entrada para cabos submarinos e teleportos,aumentando o investimento estrangeiro no setor e contribuindo para o crescimento da economia digital sustentável."
Ser um hub digital internacional significa ser uma plataforma de capitalismo tecnológico,do qual traz desvantagens porque é um comércio barato!Criar um enquadramento específico para empresas nacionais é uma forma de restringir a autonomia de estabelecer as normas e só os especialistas é que podem ditar.
O nomadismo digital potenciou muito neste requisito e aproximou as fronteiras do trabalho à distância mas vai uma grande diferença,pois trata-se de uma carreira que fragmenta os indivíduos,levando a ser uma sociedade desvinculada e pobre de contactos pessoais:o objectivo é claramente "robotizar" os profissionais com o motivo de tornar a economia digital atractiva,projectando uma reputação irreal inventada por equipas de colaboradores,do qual são responsáveis por descreverem a empresa e venderem os valores a fim de entrarem na concorrência.
"6 - Promover a literacia digital para todos os cidadãos,independentemente da idade,escolaridade ou condição socioeconómica."
Obviamente é uma excelente ideia e extremamente positiva apostar na educação digital porém infelizmente não vai acabar com as desigualdades latentes de acesso à informação para muita gente...na lista também não vem nada acerca deste problema difícil de ocultar!
Ele devia estar preocupado em combater a infoexclusão:ensinar literacia digital dá bases para se desenrascar.No entanto,quando a predominância é uma população desinformada e alheia à actualidade,perde a eficácia e pouco vai valer.As ferramentas só vão ter utilidade se houver disposição de mudança,caso contrário,só se está a estimular parasitismo e a ajustar todos na mesma linha!!!Antes de tomar uma medida tão imediata,é preciso verificar o panorama através de inquéritos,fazendo o balanço do conhecimento que os cidadãos possuem para elaborarem um programa à altura ou estruturarem conteúdos de acordo com os resultados obtidos.Quando não se querem chatear,é isto que acontece:disseminam cursos previsíveis para se entreterem.
Por outro lado,lidar com quem sabe menos de informática e se arma em espertalhona,chega a ser frustrante:esse tipo de pessoa usa truques,contudo no fundo são lerdas e preguiçosas para aprenderem,preferindo deixar nas mãos de alguém que os guie.
Este factor está aprovado em termos de consciencialização sobre o uso saudável das TIC porque além de ser limitado,é temporário,rondando o patamar primário na escala de consumo cibernético:destina-se aos desorientados,de baixa produtividade e acima de tudo,aos que têm falta de bom-senso.
Se for no sentido de se cultivar,só se alcança explorando a curiosidade e aí sim é um esforço individual e posteriormente há a hipótese de se expandir aos demais.
É uma boa abertura de modo a eliminar a mediocridade e o analfabetismo (des)informativo,o resto fica por conta do indivíduo,cabendo o papel de ser crítico e impulsionador.
Tirando as recomendações,aproveita-se para alongar nesta temática.
Uma das metas por exemplo,é avançar com o blueprint digital,quando na verdade a maioria dos empreendedores mal têm formação em marketing ou negócio próprio,optando por uma trajectória líquida via "Whatsapp" ou filmando online quanto mais recorrerem a um programa automático para mapearem o estado da situação ou a evolução dentro da empresa:isso é um elemento distractivo do trabalho e não uma coisa para ser levado a sério!!!Devia ser ponderado previamente em vez de lançarem porque nem todos os directores escrutinam o ambiente profissional ou nem sempre se interessam por assuntos considerados principais a serem rastreados,guardando para ocasiões favorecedoras dado que determinados cargos usufruem de impunidade,isto é,as chefias têm o direito de decidir se querem ou não aderir a essa facilidade e de mandarem,mais ninguém externo tem o poder,portanto o blueprint é um complemento de inteligência artificial que serve para acompanhar em diversos níveis:é a simplificação no seu pior!
Voltando ao cerne,na número 6 foi vago:não se salienta quem vai ensinar a literacia aos cidadãos,com certeza que são indivíduos fora da área de informática treinados para tal,enquanto que os que são certificados planificam a matéria.Não custa perceber o esquema rasco.
Resumindo,em plena década marcada por instabilidades,a associação devia focar em promover políticas de reciclagem e assistência técnica como em oferecer igualmente serviços de digitalização,fotocópia e impressão acessível aos cidadãos comuns em vez de entregarem as lojas aos imigrantes indostânicos:algo incompreensível de ser ignorado,pois impera uma incompetência gritante no domínio tecnológico!
Para finalizar,é absurdo saltar para outras etapas de transição sem a mínima preparação:só se acentua a relatividade em detrimento da adaptabilidade.